O nome da nossa base lunar é "EKATI", em homenagem à deusa da mitologia grega que está associada à Lua. Ela era adorada pelas suas capacidades mágicas para afastar o mal da vida quotidiana e era a protectora das crianças. Por isso, demos o seu nome à nossa base, esperando que ela nos proteja do mal e cuide da nossa base "recém-nascida", a primeira do seu género. 

A nossa base terá capacidade para sete astronautas. O nosso objectivo é construir uma base tão suficiente quanto possível, utilizando tanto quanto possível os recursos e materiais locais (ou seja, regolito, gelo, luz solar). Pretendemos estabelecer uma base de investigação por períodos mais longos, a fim de explorar a superfície lunar e realizar experiências sobre a vida humana auto-suficiente na Lua. O nosso objectivo a longo prazo é estabelecer uma base que sirva para a exploração de Marte e que, quando estiver suficientemente equipada, possa servir como destino turístico. Finalmente, a tecnologia desenvolvida para o nosso projecto poderá também ser aplicada na Terra para melhorar a nossa qualidade de vida.  

No que respeita à produção de energia, produziremos energia de muitas formas diferentes por três razões:  

Há uma grande necessidade de energia porque há longos períodos (quase 2 semanas) sem luz solar.  
Precisamos de planos alternativos 
Precisamos de experimentar mais técnicas para utilização futura.  

Numa gruta situada perto das cúpulas vulcânicas, Marius Hills, perto do equador.

O nosso acampamento situa-se numa gruta que fica perto das cúpulas vulcânicas, Marius Hills. Trata-se de um tubo de lava e contém gelo (abertura com 50 m de largura e 50 m de profundidade e abismo com 50 km de comprimento e 100 m de largura). É o melhor sítio candidato devido às condições térmicas estáveis e ao potencial de protecção das pessoas e dos instrumentos contra micrometeoritos, temperaturas extremas, radiação de raios cósmicos e radiação dos raios ultravioleta do Sol. Uma vez que se situa perto do equador, a aterragem e o lançamento são mais fáceis e a comunicação com a Terra é mais eficiente. Os tubos de lava encontram-se ao longo das fronteiras entre os mares lunares e as regiões montanhosas, pelo que existem regiões elevadas para uma melhor comunicação e planícies basálticas para aterragem e recolha de regolito.  

Uma impressora 3D será trazida da Terra para construir uma camada protectora para as instalações à superfície (sala de comunicações e controlo, laboratórios, observatório, edifícios de armazenamento de energia, hélio, oxigénio e materiais de construção, gestão de resíduos e processamento do regolito), utilizando o regolito lunar depois de termos extraído quase todo o oxigénio. O resto das instalações de habitação e de trabalho (quartos, casas de banho, cozinha, sala de entretenimento, ginásio e sala de meditação, escritório-laboratório) serão construídas no subsolo, em duas camadas ligadas por um elevador, utilizando peças insufladas trazidas da Terra. Serão utilizadas portas com fecho de ar. Um elevador e uma grua facilitam a entrada de objectos pesados na gruta. As estufas à superfície serão protegidas por um vidro especial.

-Obteremos água derretendo o gelo que já está disponível na caverna.
-Iremos buscar gelo a diferentes locais da superfície lunar utilizando o nosso rasto de exploração. Deixaremos cair o gelo num buraco
especialmente construído para transformar o gelo em água

Plantaremos sementes e nano-árvores trazidas da Terra, para cultivar legumes (por exemplo, batatas, tomates, couve chinesa, a
alface mizuna, couve russa vermelha, etc.), bem como frutos frescos.
-Utilizaremos uma estufa hidropónica.

Hélio - 3 extraído do regolito lunar pode fornecer-nos grandes quantidades de energia e combustível para foguetões.
-Painéis solares no parque de campismo da lua.
-Painéis suplementares situados nos pólos, onde a luz solar é mais intensa. A energia solar será armazenada em contentores especiais

-O oxigénio será extraído de duas maneiras: da água com o método da electrólise e do regolito (solo lunar). Em seguida
será armazenado.
-O oxigénio será misturado com azoto produzido no local a partir de urina humana, com o objectivo de simular a atmosfera e a temperatura.

O nosso acampamento segue a hora da Europa Central (CET). Os astronautas acordam de manhã cedo, às 6h30, e passam uma hora a fazer a sua higiene pessoal e a preparar e tomar o pequeno-almoço. Até às 8h30, discutem o plano do dia e depois começam a trabalhar no projecto atribuído a cada um deles de acordo com a sua especialização (ou seja, engenheiros, biólogos, geneticistas, botânicos, mineralogistas). O seu trabalho pode ser realizado tanto no exterior, no acampamento ou noutro local da superfície lunar, como no interior, nos laboratórios acima do solo, no observatório, nas estufas, no armazenamento de energia, no edifício de gestão de resíduos (reciclagem) ou nos laboratórios subterrâneos e no escritório. Por volta das 13 horas, fazem uma pausa de uma hora para almoço. Depois disso, continuam a trabalhar até às 18 horas. Em seguida, têm tempo para fazer exercício e meditar (ioga, Pilates, bicicleta, pesos, passadeira). O exercício é muito importante porque a falta de gravidade enfraquece os músculos e pode causar problemas graves. Mais tarde, jantam e, depois disso, têm tempo livre para se divertirem (filmes, jogos de vídeo, Air-Hokey, livros electrónicos, música), para comunicarem entre si, com a família, com os amigos e com o psicólogo. As sessões com o psicólogo são necessárias, pelo menos duas vezes por semana, para manter a saúde mental, uma vez que a vida lá é muito dura e exigente. Por volta das 21 horas, dedicam algum tempo à sua higiene pessoal e preparam-se para dormir. Aos sábados, os astronautas dedicam o seu tempo à manutenção das instalações e dos veículos, à limpeza e à arrumação. Aos domingos, têm tempo livre para relaxar, divertir-se e actualizar-se com as notícias.